sexta-feira, 2 de maio de 2008

Tarde para o arrependimento

Sou um louco na tua loucura,
embriagado nas tuas palavras,
que já não alimentam os meus versos
fartos do teu desejo de ternura.

Sou um mar sem qualquer ondulação,
que se esconde nas sombras do medo,
e refugiado pela tristeza do meu coração,
que se vislumbra nas profundezas do teu degredo.

Numa noite ofuscada pelo luar,
distancia-se de qualquer amanhecer,
despojado do sol que jamais o vimos brilhar,
desvanece-se nesse dorso envenenado pelo teu ser.

Em ti sou inverno cruel e frio,
que gela todo esse mundo devastado
pelo teu tardio arrependimento,
que jamais sobreviverá no lento
sofrido do teu impiedoso tormento.

Ricardo Barnabé

1 comentário:

Edu disse...

Pois as vezes o arrependimento vem tarde demais.
Lindo este poema.
Abraço