terça-feira, 15 de abril de 2008

Jamais serei poeta

Nasci num amargurado dia
direccionada para o luar
sem qualquer talento
sobre mim a cintilar.

Por isso jamais serei poeta,
capaz de redigir versos
cujas palavras habitam no pranto
vindo do eco da poesia já deserta
de toda a sua face harmoniosa,

Sou incapaz de remanescer
palavras atapetadas
de versos esplendecentes,
e fundir vogais decepadas
dos seus brilhos Incadescentes


Poesia sem poeta
Poeta sem talento,
construo versos na minha mente
tatuados na solidão das minhas mãos
já fartas de lutar pela escrita permanente.


Assim escrevei nos sonhos,
porque lá finto toda a dor
que na realidade sinto,
quando não consigo redigir
o reverso do seu esplendor

E numa noite obstruída pelo silencio do luar,
a minha inspiração vagueia solenemente
na esperança de um dia voltar a escrever
a poesia que chora amarguradamente
por à nascença me abandonar

Jamais serei poeta.
Jamais, jamais serei.

Ricardo Barnabé

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