terça-feira, 26 de agosto de 2008

Espelho da minha vida

Numa noite pálida ao luar,
rejeitei a minha alma
enxovalhada pelo medo,
e exilada no meu degredo.

A minha força cobriu-se
de mil mantos de fraqueza,
e a minha voz cessou-se
no vazio da tristeza.

E na poesia embriagada
pela escrita das minhas mãos,
redijo as notas da minha vida,
que dançam na sua angustia perpetua.

Traduzo então os gestos sombrios
das minhas palavras diluidas,
pelo meu pranto que deserda
os sentimentos do caminho da minha alma.

E no diluvio derramado pelo meu olhar
transbordam-se versos da poesia sofrida,
que nas suas palavras, todavia
espelharam a minha vida perdida.

Ricardo Barnabé

2 comentários:

Edu disse...

bem ricardo custa me um pouco ler te assim. não a forma mas o conteudo. ja vai a muito tempo que não te leio com força e alegria. Com vontade do mundo inteiro. Espero que a fazes porque passas se resolva. entretanto vou lendo e vou gostando.

PS: entao sempre vais deixar assim o blog? ou ainda vais dar um novo look?
abraço

Ricardo Barnabé disse...

Por mais que mude o tema, talvez seja sempre uma mistura de infelicidade que me sai nas palavras, por mais que as coisas possam correr bem, acho que definitivamente é mesmo o meu modo de escrita, mas vamos lá vêr o que sai o próximo. Quanto ao blog não sei mesmo, acho que este visual por um lado fica bem, mas uma renovação não faz mal nenhum, um abraço Edu.