quinta-feira, 26 de junho de 2008

Deixaste morrer o tempo

Deixaste morrer o tempo
quando o tempo morreu
no lento do teu tormento.

Edificaste palavras tremulas,
no horizonte das imperfeições,
Renunciando à turbulência
dos fragmentos das perfeições.

Sem pestanejares,
içaste sobre o seu manto
buscando a melodia
desafinada pela carência
cuja mesma apenas,
serviu para chorares a tua clemencia.

Paredes que por ti foram levantadas
sobre janelas que renunciaste,
escolheste portas já trancadas
recebendo suas efémeras chaves
de fechaduras já enferrujadas!

Tropeçaste nos espinhos,
das mentiras brotadas
pelos teus lábios saqueados
de desejos infortunados!

E renunciaste instantaneamente à imperfeição,
esquecendo que da mesma,
se trabalha para perfeição.


Ricardo Barnabé



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